segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Ida

Ir viajar é pra mim sempre uma boa sensação. Mas dessa vez tem um rabicho de frustração. Já saio de casa sabendo que não cumprirei meus objetivos esportivos. Não poderei competir no judô nem no tênis. Resta a bicicleta, a minha salvação.

E depois que nasceu meu filho saio sempre pensando na volta, para revê-lo, beija-lo e abraça-lo. Fico imaginando o que passa pela cabeça dele me vendo ir e voltar depois de um tempo. Ele deve sentir alguma falta. Uma falta de algo como o café da manhã ou uma refeição que tem todos os dias. Ele ainda não consegue dar nome a saudade. Acho que é só uma questão de vocabulário, não de sentimento.

Mas não sei por que, acho que terei revelações inesperadas nessa viagem.

A vida tá me armando momentos que devo ficar quieto no canto e pensando.

O vôo estava bem cheio, mas foi um bom vôo. O avião era novo e tinha aquelas telas cheias de filmes. Acabei vendo dois filmes seguidos. Dois filmes japoneses cujos títulos em inglês eram Love for Beginners e Platinum Data. Gostei muito de ambos. Mas o primeiro, um filme bobo de romance de adolescentes mexeu comigo. Chorei feito uma moça. Engraçado isso... Acho que me identifiquei com os personagens e lembrei dos meus pais. Com o jeito nipônico de ver a vida.

Estou esperando minha conexão pra Milão. Embarco em instantes...

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Laudo Tecnico

O laudo da ressonância eh sinistro para um leigo. Assim que abri e li, vi tanta coisa estranha e ruim escrita que imaginei que alem do ruim tinha coisa acontecido coisa pior no meu joelho. Mas logo consegui falar com minha fisioterapeuta e depois com o ortopedista. Nada alem do que ja tinha sido diagnosticado foi constatado. Nem melhor nem pior. Foi um rompimento total do ligamento cruzado anterior do joelho direito. O lance eh que quando se rompe o ligamento normalmente ele foi exigido alem da conta. Ou seja, o acidente aconteceu num ambiente agressivo e limítrofe. Portanto, todas as estruturas ao seu entorno também acabam sofrendo lesões diversas porem em menor grau. Eh isso que diz a ressonância.

Depois do susto, segue a vida. Seguiu mais ou menos, ainda sem conseguir manter um novo ritmo. As vésperas da viagem, entre pedalar e ficar grudado no filho. Acabei mais grudado no filho. Foi uma semana meio atípica em termos de clima, com muito frio (15 graus no Rio) e muita chuva que acabavam tirando o prazer de uma pedalada. Pedalei algumas vezes, mas menos do que planejei...

Alias, estou com uma sensação esquisita. Sei que sera fantástica a minha viagem. Sei que surpresas boas me aguardam. Mas to com uma sensação estranha. To literalmente na véspera da viagem e nem arrumei minha mala. Tinha um planejamento de bagagem para levar equipamentos para 3 esportes, mas no final virou somente o ciclismo. Estou começando a receber o detalhamento das competições, os horários, e os detalhes da festa de abertura. Engraçado, vou participar do WMG em uma unica modalidade, e deve ser assim que a maioria se inscreve, isto eh, num único esporte. Mas eu que ia participar de três, parece que uma eh quase como não participar.

Com a diminuição do meu ritmo de exercícios e pratica de esportes, devo estar sofrendo um desequilíbrio hormonal como uma mulher menstruada ou na menopausa. Seilá, sensações estranhas, meio vazias, meio incompletas, meio pela metade, meio meio, somente meio.

A minha mobilidade caiu, eh uma sensação de uma criança num corpo de velho. Uma alma alegre presa num corpo triste. Por outro lado, não sinto nenhuma dor ou incomodo ao pedalar. Eh como se nada tivesse acontecido. Mas aconteceu, e ai o próprio pedal fica afetado. Engraçado, como eh forte o poder do nosso inconsciente...




sexta-feira, 19 de julho de 2013

A Primeira Adaptação

Engraçado como o ser humano é um ser contraditório. Acho que a gente é um equilíbrio de desequilíbrios. Demais pra um lado ou demais pra outro...vai andar de lado. Por que estava pensando nisso?

Sou um cara que não gosta de rotina. Ou melhor, gosto de novidades. Não gosto de mesmices. Gosto de mudanças. Mas adoro minha rotina de esportes. Toda terça, quarta e quinta judô. Toda quarta, sexta e domingo pedal. Toda segunda e sábado tênis. Num ritmo similar venho assim desde sempre que eu me lembro. E exatamente assim venho a pouco menos de um ano. Praticando o meu triathlon e sendo muito feliz. Como consequência, mesmo com 43 anos os meus exames de saúde nunca tiveram tão bons. E também meu condicionamento físico.

Pois é... Mas quem disse que a vida  é moleza. Vou ter que operar o joelho e só devo fazer em meados de setembro. Por causa da competição da bike em agosto e compromissos de trabalho em setembro.

O primeiro problema a resolver é minha própria cabeça. Tentar nao sofrer por antecipação. Nos últimos anos acho que já não faço isso, mas cada situação é particular. Mas acho isso consigo gerenciar bem de algumas formas. Escrever esse blog é uma forma de baixar essa ansiedade, meditar é outra que quase não tenho praticado. E assim a vida segue.

Voltando à operação. A recuperação é longa e sofrida com uma nova rotina que nem sei como será. Sei que o meu triathlon vai demorar pra voltar. A expectativa é de voltar a andar direito com 1 mês. Voltar a pedalar em 3 meses. Voltar a jogar tênis em 6 meses.  Voltar a praticar judô em 9 meses. Voltar às competições somente em 2015, no ano que estarei completando 46 anos.

Mas o tema desse post não era nem esse. Engraçado que teoricamente eu poderia estar pedalando todos os dias me dedicando com toda a força pra competição de ciclismo que acontece no dia 8 de agosto. No entanto, não poder treinar judô nem jogar tênis desestabilizam a cabeça de tal forma que a própria dedicação ao ciclismo fica comprometida. Engraçado né... A lógica e a racionalidade não servem pra nada diante do inconsistente e suas vontades e não vontades.

Graças a Deus (não sou católico nem cristão, é uma força de expressão apenas), não sinto nenhuma dor ou instabilidade ou falha quando pedalo. Pelo contrário, me sinto super bem. Vou exagerar, mas acho que é a sensação de alguém de um cadeirante que cai na piscina para nadar. A minha sensação na bike é de liberdade e prazer.

Pode deixar!!!

Tô me refazendo e vou pedalar pra valer nas próximas 2 semanas que precedem a prova.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Mais Tênis

Por volta dos dezoito anos comecei a tomar aulas no LOB.  Comecei a tomar real gosto pelo esporte. Aumentei o número de aulas e passei a jogar com o pessoal que frequentava a academia. Nos horários vagos ia lá jogar com alguém. Fiz alguns parceiros de tênis e comecei a jogar com mais frequência.

Meu pai que me colocava no lugar de parceiro secundário passou a me considerar um parceiro relevante. Mas os jogos não eram fáceis. Era uma briga de foice. Onde ele normalmente ganhava mas tava ficando cada vez mais difícil pra ele. Ao final do jogo muitas vezes estávamos brigados tamanha era a seriedade da disputa.

Esse ritmo seguiu assim até que me mudei para São Paulo.

Lá comecei a jogar na mesma academia que fazia musculação. Era uma única quadra com um professor gente boa e experiente. Ricardo era o nome dele. Comecei a ler sobre tênis e cada vez mais me interessar pelo esporte. Mudei de trabalho e passei a treinar com outro professor e em outro lugar. Um amigo, o Breno, passou a virar um grande parceiro e um grande amigo. Comecei a frequentar o Paineiras do Morumby. Era um clube quase perto de casa e no meio de uma grande area verde. Era um lugar muito agradável. Jogava praticamente todos os dias. Ou melhor, todas as noites. Com o Breno ou sem o Breno. Passei a fazer aula lá e também uma aula fora com o treinador da equipe juvenil do Paineiras, o Baianinho. Jogava ranking e passei a participar de torneios da federação. Nos finais de semana sempre tinha um ou mais jogos. Nadava e jogava tênis no Paineiras e também comecei a correr.

Sempre que vinha ao Rio ia no sítio dos meus pais que tem uma quadra. E ai sempre rolava um jogo. Mas nessa época a situação tinha virado. A obrigação de ganhar tinha passado pra mim. Normalmente eu ganhava do meu pai. Mas nunca foi um jogo tranquilo pois pro meu pai, e pra mim também, aquilo era um jogo de vida ou morte. Brigávamos muito em quadra. Rolava de tudo. Até cera pra esfriar o jogo do adversário. E meu pai era bom nisso. Meu jogo era mais franco e limpo. Dentro da regra o jogo, meu pai utilizava a pista toda pra fazer valer que o importante era ganhar. Bolas dentro da regra mas muitas vezes sujas. Diria até que muitas vezes era anti jogo. E aquilo me deixava maluco e desestabilizava o meu jogo. Minha técnica já era superior e meu pai usava a arma dele. A experiência.

Segui nesse ritmo até me mudar de volta pro Rio. Voltei pra LOB e passei a treinar com o melhor professor que tive até hoje. O Alexandre Almeida que além de excelente profissional virou um grande amigo. O Rio é maravilhoso, mas nem se compara em termos de desorganização. Em SP tinha torneio toda semana e o ranking e nivelamento da classe do tenista era levado a sério. No Rio os torneios eram tão escassos que qualquer um podia jogar em qualquer nível. E o tênis é um esporte muito misterioso. Ou melhor, é um esporte muito cerebral, psicológico. E jogar contra gente tecnicamente pior muitas vezes era mais difícil de jogar do que com alguém melhor. Esporte difícil esse.

Segui fazendo aulas, mas acabei desanimando com os torneios.

Há alguns anos atrás passei uma semana na clínica de tênis do Bollettieri em Miami. Foi muito legal. Foram cinco dias de tênis das 7 as 17h. Gostei muito e vi como são formados os profissionais.

O Alexandre foi melhorando a minha técnica e eu fui melhorando a minha cabeça.

No último sábado tentei jogar. Fiquei surpreso que consegui fazer um bom bate bola sem dor ou instabilidade. Mas rapidamente conclui ser impossível encarar uma partida. Alguns movimentos de mudança de direção não me davam nenhuma firmeza. Num esporte onde pesa muito a cabeça eu já iria entrar em quadra psicologicamente derrotado. Fora isso eu certamente iria além da racionalidade e ia buscar algo além do meu limite pondo em risco o futuro do meu joelho. Enfim desisti do tênis pro WMG 2013.

terça-feira, 16 de julho de 2013

O Tênis

Fui jogar tênis para testar o joelho. Surpreendentemente foi tranquilo o bate bola e o saque. Mas nada mais do que isso. A movimentação fica limitada e insegura. E algumas mudanças de base não senti firmeza. Conclusão, nao será possível manter o tenis também. Competir impossível, treinar não será bom. Pois acabo forçando os demais componentes do joelho.

Meu contato com o tênis começa com uns 10 anos... Meus pais começam a aprender o tênis e a praticar todos final de semana. Entram de sócio num clube que fica no Recreio, o Novo Rio Country Club. Nome chique pra um clube de tênis bem longe da cidade. Mas imagino que isso era o que o meu pai podia pagar na epoca.

Isso no final da decada de 70. Morávamos em Laranjeiras e íamos de carro até esse lugar tão distante passando por lindas dunas de areia. Íamos todo sábado e também aos domingos. Passávamos muitas horas no clube. Eu ia pra piscina, andava de bicicleta, jogava bola com uns amigos novos. Mas tais atividades me cansavam e meus pais continuavam jogando tênis. E eu entediado assistindo o jogo da bolinha que vai e vem.

Ate que um dia fui parar dentro da quadra para pegar as bolinhas. Aquilo para os meus pais era uma forma de manter quieto sem pedir pra ir para casa. E pra mim era uma motivacao financeira. Pois a cada bolinha pega era um centavo que eu ia ganhar. A tarefa de boleito de tenis, nao eh tao simples quanto parece. As entradas em quadras devem ser precisas e rapidas. Deve se estar sempre atento ao entrar dentro da quadra durante o jogo, primeiro para nao atrapalhar o bom andamento do jogo ou do treino, e segundo para nao levar uma bolada, as vezes perto de 100km/h num nivel amador.

Resultado, por causa dessa minha nova atividade remunerada, tive que comecar a entender da dinamica do jogo. Prestando muita atencao na profissao de boleiro. Aprendi a contar um jogo. Aprendi os golpes que se aplicam. E comecei a tomar gosto por esse novo esporte. Ganhei uma raquete velha do meu pai e ao final do dia meu pai batia umas bolas comigo. Tinha me tornado um excelente boleiro. Cheguei a pegar bolas para jogos que nao eram dos meus pais. Mas agora queria ser mais do isso.

O bate bola do final do dia passou para o comeco do dia. Eu era o batedor que aquecia o meu pai enquanto ele nao arranjava um parceiro a altura. Ate que chegava o parceiro dele e eu voltava pro meu lugar oficial, boleiro. Mas assim a coisa foi evoluindo e comecei a jogar com uns moleques do club, participar de jogos de dupla com o meus pais. Fiz muitos jogos eu e minha mae contra o meu pai. E durante varios anos essa foi a dinamica do tenis. Ate que comecei a fazer aulas na LOB, clube de tenis onde meus pais faziam aula e que era bem perto do apartamento dos meus pais. A LOB fica ainda no alto de um morro e nos moravamos ao pe desse morro. Era pouca distancia mas uma subida bem ingreme de uns 15 minutos andando rapido. Comecei a fazer aula....mas isso ser assunto do proximo blog.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Surpresas da Vida

Eu estava vivendo uma vida esportiva plena. Muito feliz por poder estar praticando 3 esportes ao mesmo tempo. Judo, tenis e ciclismo.

O judo eh uma paixao antiga. Comecei aos 10 anos de idade. Meus pais me colocaram na natacao, coisa que agradeco ate hoje. Aprendi a nadar. Comecei a competir. E aprendi o que eh o sacrificio do esporte e como coisas muito simples podem dar um prazer tao grande. Lembro-me exatamente o horario da aula. Era as 6.50hs as seg, ter, e quartas no Fluminense. Era minha mae que me levava. Muitas vezes ainda escuro. A gente ia pro Fluminense andando. Andando dormindo. Dormindo andando. Essa rotina dura e sem moleza construiu muito da minha resiliencia de hoje, do ser humano que sou. Lembro me exatamente do cafe com leite que minha mae preparava e me dava ao final de cada aula. Era uma garrafa termica pequena da marca Alladin que devia ter nao mais de 250ml de cafe com leite. Mas minha mae preparava religiosamente com todo carinho e so me deixava tomar depois do treino. Lembro me do sabor e da imagem do meu premio diario apos a natacao. Era quente, saia fumaca e docinho. Era o meu premio imediato por ter acordado cedo e nadado. Bebia enrolado na toalha, normalmente tremendo de frio. Bebia segurando com as duas maos aquela tampa de garrafa termica que virava um xicara.

O fruto que colhi na epoca por esse sacrificio diario foi passar para a equipe. Sai da aula normal e passei a treinar junto com a equipe. Virei socio atleta e parei de pagar mensalidade. O treino passou a ser diario. Muitas vezes mais de uma vez ao dia. E competicao quase todo final de semana. Mas eu nao sabia o que era competir. Estava preocupado em nadar bem. Nadar bonito. Nao tinha a garra para chegar em primeiro. E eh claro, nunca obtive bons resultados. Muito mais pela cabeca do que pelo fisico.

Mas a natacao nao era minha paixao. Eu queria eh mesmo fazer judo. Vi uma aula no proprio Fluminense e tinha achado aquilo o maximo. Achava que aquilo era a minha cara. Numa epoca onde japones andando por ai no Rio era motivo de gozacao. Ir fazer um esporte de quimono, onde os nomes das tecnicas eram todos em japones. E que o modus operandi era uma filosofia de vida e cultura que eu vivia dentro de casa. Ainda mais depois que meu pai me contou que tinha sido faixa marrom (faixa imediatamente anterior a preta). Nem sei se eh verdade, mas para mim meu pai era meu super heroi favorito e tudo que ele falava era magico e a mais verdadeira das verdades.

Comecei no judo na Academia Nissei com o Haroldo. La fui evoluindo rapido. Minha disciplina e esforco, alem da minha cara, obviamente, chamaram a atencao dos professores. Logo comecei a competir. Mas, de novo, nunca fui um cara mega bem sucedido nos campeonatos. Nunca cheguei a ganhar um campeonato da federacao. Cheguei a terceiro algumas vezes, mas nao me lembro de ter ido para a final. Mas mesmo assim gostava muito. Era bons nos exames de faixa. Sempre foi facil para mim gravar o nome dos golpes. E pra mim todos os nomes tem logica. E assim fui passando de faixa ate chegar a faixa marrom.

Desde a natacao, mas especialmente com o judo, era muito animado com as atividades esportivas em geral. Mas para os meus pais a prioridade era sem duvida nenhuma os meus estudos e o colegio. Ou seja, qualquer intersecao entre o estudo e o esporte. Vencia o estudo.

Nessa batalha chegou o vestibular. O ano do meu vestibular foi um ano especialmente complicado. Ate entao, o vestibular era unificado pela Cesgranrio e era no modelo de multipla escolha. Nao tinha duvida que queria fazer economia, tambem por causa do meu super heroi. Minhas opcoes eram, em ordem de prioridade, a UFRJ, a PUC e a UERJ. Mas justo no ano do meu vestibular, resolveram mudar tudo. A UFRJ passou a fazer o seu proprio vestibular. E mudou a prova para discursiva, num modelo similar ao da Unicamp. Ou seja, muito estudo. Tinha dias que eu tinha aulas de dia e a noite. Acabei parando o judo de tanto que passei a faltar. Coisa que acontecia raramente.

Passei para a UFRJ e PUC. E nem fiz a segunda etapa pra UERJ, pois ja tinha o resultado positivo da PUC e tinham anulado uma etapa da UERJ por causa de fraude.

Anos depois acho que cheguei a treinar durante e depois da faculdade. Mas ai, eu escolhi outras prioridades. E o judo nao estava em primeiro. Por causa do trabalho me mudei para Sao Paulo.

La recomecei meus treinos. Recomecei na academia do Aurelio Miguel, que era perto de casa e ele tinha acabado de trazer uma medalha olimpica para o judo. Ele tambem estava comecando a Academia. Mas ele acabou indo pra politica e fechando a academia. Fiquei parado mais alguns anos. E por mais uma coincidencia da vida, conheci uma menina que era amiga da namorada o meu melhor amigo da epoca. Ela era judoca de elite. Fui treinar na academia dela. Era um lugar fantastico. Ali era o berco da selecao brasileira de judo. Nunca tinha visto tanto faixa preta juntos. Era a academia do Luis Shinohara. E a minha cara e minha disciplina, acabaram chamando a atencao dos Shinohara que me tratavam como se fosse um parente deles. Gostava muito, mas o meu trabalho era muito puxado e a academia era muito longe. Passei a chegar muitas vezes atrasado aos treinos. Os atrasos nao eram permitidos, mas os Shinohara faziam vista grossa para mim. Mas ai comecei a fazer mestrado. Ai o que era puxado passou a ficar quase impossivel. Tive que parar o judo.

Mais alguns anos se passaram. E acabei voltando para o Rio. Depois que voltei para o Rio, ainda demorou uns 3 anos para conhecer um cara que virou meu chefe e depois viramos socios e amigos. Ele tava fazendo judo e com o Mauricio Sabattini, um amigo e um dos melhores judocas da epoca da Academia Nissei, onde comecei. Voltei pro judo. Depois de um tempo, ganhei a faixa preta do Mauricio. Que para mim e muita gente, tem mais valor que a faixa da federacao. Um tempo depois, voltei a competir e comecei a me preparar para fazer o exame da faixa preta, mas ai veio o meu filho, tao amado e tao esperado. Desisti de fazer o exame. Sigo competindo, mas achei que nao valia me preparar para o exame.

Ha uns 2/3 anos tenho competido no master. Fiquei em 2 e 3 lugar algumas vezes, parte por merito e parte por falta de gente na minha categoria. Baixei de peso depois da minha separacao e comecei a imprimir um ritmo cada vez mais forte nos treinos. Passei a competir na categoria da garotada de 20 anos. Meu gas era tao bom quanto o deles. E minha tecnica tambem. Perdia em forca e especialmente em agressividade. Muita diferenca de hormonio. Desenvolver a agressividade era uma coisa que passei a trabalhar. Criar explosao. E numa dessas, treinando com um jovem que compete no nivel de selecao, acabei me lesionando.

Fui ao pronto socorro no dia seguinte, fui diagnosticado por um estiramento do ligamento lateral. Fiz uma sessao de fisioterapia e fiquei sem fazer esportes por uma semana. Fiquei tenso, mas achei que tinha melhorado. Hoje, treinando sozinho, sem estar lutanto, fiz uma posicao onde o meu joelho falseou e eu cai no chao. Fui na fisioterapeuta e depois no medico especialista em joelho.

Um rompimento do ligamento cruzado anterior no meu joelho direito. Tratamento: cirurgia.

Muita coisa ja passou pela minha cabeca. Estou me preparando desde o ano passado para participar de uma grande competicao. Uma grande festa. Uma competicao que acontece a cada 4 anos.

O medico me disse. Vc pode ate competir, mas estara se expondo a riscos que podem comprometer outras partes do joelho. Pode nao acontecer nada. Mas pode lesionar outras partes e piorar muito a situacao.

Decidi desistir da competicao de judo. O ciclismo ta liberado. Mas o tenis esta ameacado. Ainda preciso decidir se desisto tambem.

Obrigado blog...

Estava precisando desabafar mais esta supresa na minha vida...boa noite.






Objetivo desse Blog


Sou calado e guardo muita coisa. Preciso ter um lugar para colocar para fora na hora que eu quiser ou achar que preciso. Um lugar que vai estar sempre disponivel. Um lugar sempre acessivel. Um lugar que nao me conhece e nem vai me conhecer mesmo que passe a me conhecer.