quinta-feira, 18 de julho de 2013

Mais Tênis

Por volta dos dezoito anos comecei a tomar aulas no LOB.  Comecei a tomar real gosto pelo esporte. Aumentei o número de aulas e passei a jogar com o pessoal que frequentava a academia. Nos horários vagos ia lá jogar com alguém. Fiz alguns parceiros de tênis e comecei a jogar com mais frequência.

Meu pai que me colocava no lugar de parceiro secundário passou a me considerar um parceiro relevante. Mas os jogos não eram fáceis. Era uma briga de foice. Onde ele normalmente ganhava mas tava ficando cada vez mais difícil pra ele. Ao final do jogo muitas vezes estávamos brigados tamanha era a seriedade da disputa.

Esse ritmo seguiu assim até que me mudei para São Paulo.

Lá comecei a jogar na mesma academia que fazia musculação. Era uma única quadra com um professor gente boa e experiente. Ricardo era o nome dele. Comecei a ler sobre tênis e cada vez mais me interessar pelo esporte. Mudei de trabalho e passei a treinar com outro professor e em outro lugar. Um amigo, o Breno, passou a virar um grande parceiro e um grande amigo. Comecei a frequentar o Paineiras do Morumby. Era um clube quase perto de casa e no meio de uma grande area verde. Era um lugar muito agradável. Jogava praticamente todos os dias. Ou melhor, todas as noites. Com o Breno ou sem o Breno. Passei a fazer aula lá e também uma aula fora com o treinador da equipe juvenil do Paineiras, o Baianinho. Jogava ranking e passei a participar de torneios da federação. Nos finais de semana sempre tinha um ou mais jogos. Nadava e jogava tênis no Paineiras e também comecei a correr.

Sempre que vinha ao Rio ia no sítio dos meus pais que tem uma quadra. E ai sempre rolava um jogo. Mas nessa época a situação tinha virado. A obrigação de ganhar tinha passado pra mim. Normalmente eu ganhava do meu pai. Mas nunca foi um jogo tranquilo pois pro meu pai, e pra mim também, aquilo era um jogo de vida ou morte. Brigávamos muito em quadra. Rolava de tudo. Até cera pra esfriar o jogo do adversário. E meu pai era bom nisso. Meu jogo era mais franco e limpo. Dentro da regra o jogo, meu pai utilizava a pista toda pra fazer valer que o importante era ganhar. Bolas dentro da regra mas muitas vezes sujas. Diria até que muitas vezes era anti jogo. E aquilo me deixava maluco e desestabilizava o meu jogo. Minha técnica já era superior e meu pai usava a arma dele. A experiência.

Segui nesse ritmo até me mudar de volta pro Rio. Voltei pra LOB e passei a treinar com o melhor professor que tive até hoje. O Alexandre Almeida que além de excelente profissional virou um grande amigo. O Rio é maravilhoso, mas nem se compara em termos de desorganização. Em SP tinha torneio toda semana e o ranking e nivelamento da classe do tenista era levado a sério. No Rio os torneios eram tão escassos que qualquer um podia jogar em qualquer nível. E o tênis é um esporte muito misterioso. Ou melhor, é um esporte muito cerebral, psicológico. E jogar contra gente tecnicamente pior muitas vezes era mais difícil de jogar do que com alguém melhor. Esporte difícil esse.

Segui fazendo aulas, mas acabei desanimando com os torneios.

Há alguns anos atrás passei uma semana na clínica de tênis do Bollettieri em Miami. Foi muito legal. Foram cinco dias de tênis das 7 as 17h. Gostei muito e vi como são formados os profissionais.

O Alexandre foi melhorando a minha técnica e eu fui melhorando a minha cabeça.

No último sábado tentei jogar. Fiquei surpreso que consegui fazer um bom bate bola sem dor ou instabilidade. Mas rapidamente conclui ser impossível encarar uma partida. Alguns movimentos de mudança de direção não me davam nenhuma firmeza. Num esporte onde pesa muito a cabeça eu já iria entrar em quadra psicologicamente derrotado. Fora isso eu certamente iria além da racionalidade e ia buscar algo além do meu limite pondo em risco o futuro do meu joelho. Enfim desisti do tênis pro WMG 2013.

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